Quando você pensa em arte, o que lhe vem à mente?
Criação? Beleza? Emoções? Autenticidade? Terapia?
Para mim, a arte é tudo isso e mais um pouco.
A arte é uma expressão da consciência, é uma expressão do Eu em muitos de seus aspectos. A arte não é apenas a criação, ela é a transformação, uma alquimia de emoções que é revelada para o mundo através do abstrato.
Na minha experiência de vida, a arte é meu maior pilar de sustento. É através dela que consigo olhar para dentro. Ao me expressar artisticamente, é como se eu pudesse romper com qualquer silenciamento, seja imposto pelo mundo ou por mim mesma. Afinal, quem nunca tentou abafar suas próprias emoções? Quem nunca se silenciou para fazer com que a vida fosse mais suportável quando sentimos o peso das situações que acontecem ao nosso redor?
Muitas vezes somos nós mesmos que nos silenciamos. E, quando nos damos conta, já nem somos mais nós mesmos. Estamos apenas existindo no mundo, sem olhar para dentro e sem ver tudo que somos e tudo aquilo que podemos ser.
A arte me proporciona fazer essa conexão com o meu Eu. Me permite escutar minha própria voz e fluir dentro de minha própria potência. Através dela, sinto como se eu pudesse despertar, abrir portais, fazer magias, curar, fluir com leveza.
A criação artística me proporciona a habilidade de alquimizar a própria realidade, de tomar posse de meu próprio poder, que está em mim e à minha volta. De quebrar todas as barreiras que um dia me foram impostas ou que me impus. De eliminar censuras, romper com silenciamentos, e, assim, poder proporcionar o mesmo em quem vê a minha arte e é tocado por ela.
O artista contém o poder de revelar e guiar caminhos para a (re)lembrança de todas as formas de realidade, sejam estas as suas próprias, ou as do espectador que tem a oportunidade de sentir a arte.
Quando uma obra de arte toca a alma de quem a vê, é como se fosse criada uma ponte, que vai do coração do artista para o coração do espectador. Nesse momento, a emoção que o artista sentiu ao criar sua arte não está mais em primeiro plano, o que importa ali é a conexão que esta emoção faz com quem a observa e sente.
A arte revela o artista tanto quanto revela o que o espectador tem dentro de si. Aquilo que estava nas sombras, nos cantinhos escondidos dentro de nós, está agora iluminado. Através da interpretação subjetiva do abstrato, silenciamentos são rompidos, abafamentos são desabafados. Vemos a nós mesmos espelhados nas emoções do outro. Somos tocados pela revelação de toda informação contida na arte.
Layla Ramos Campelo
Sou uma artista múltipla. Pintora, ilustradora, criadora de coisas e histórias. Sou também escritora, atualmente com dois livros publicados, e psicóloga. Com minha arte pretendo trazer – a mim mesma e a todos que veem meus trabalhos – uma nova perspectiva, um novo olhar através da interpretação subjetiva do abstrato. @rclayla.artes
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